LVII

Quando me dispo da vergonha que não é minha
Mas que em mim foi cravada 
Pela navalha letal (e lenta) da tradição 

Quando me visto de mim, nos mais sórdidos detalhes
O que me resta?

Como é que tu me sabes?
Mulher, sereia ou punhal
Ou aquele momento úmido 
De êxtase sem qualquer conceito

Então mergulho no que posso ser
Submergindo em tudo que ainda desconheço 
Tateando cega com olhos que lentamente 
Se acostumam a ver

Nenhum comentário:

Postar um comentário

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...