LV

É quase dor
Mas não dói

Minha boca cala
Mas os meus olhos gritam

É quase dor
Mas não dói

Nem sangra.
Nem sente.

É quase amor
Mas não dói.

LIII

Quero sentir meu corpo
Eletrizado
Beirando o abismo
Dos teus olhos

Quero saber que sou
Parte da tua existência
E que minha alma
Clama ardente
Pelo fogo da tua

Quero que me consuma
Feito madeira nua

LII

Começa com a carne
Ardendo, pulsando;
Se espalha sob a pele
Que estremece e arrepia;
Abre espaço pelas veias
Fluindo constante
Como um rio de lava;
E chega ao epicentro
Que bate descompassado
Bêbado de desejo
Delirando em liberdade;
Então sobe
Contra a sua vontade
A antigir o firmamento
De tolas resoluções;
E padece
Num lindo cenário
Quieto e profundo
Como um rio represado.

LI

Nossos planetas colidiram
Violentamente

Foi a tragédia mais linda
Que eu já vi

Destruição supermassiva
Cálida entropia

Atirando em tua órbita
Tudo que restou de mim

L

preguiça existencial
a fome que alimenta
a inanição

a consciência livre
que limita o espírito
à atrofia

autofagia
autoflagelo

o niilismo puro
dos desesperados
pela vida

XLIX

Sonhar contigo
É a melhor parte
Do meu dia.
Teu silêncio morno
Tanto me fala
Que tudo que digo
Quando acordada
Cheira a você.

XLVIII - De cicatrizes e tatuagens

O meu corpo é meu
O meu corpo é arte
O meu corpo fala
Sobre a minha alma
Mas não me define.
O meu corpo é meu
E não me limita.

XLVII

a descoberta
da verdade
não gramatical
e a liberdade
de expirar
sem sufocar de tédio.

XLVI

você me teve
em todos os sentidos
mas cravou espinhos
em meu corpo
com suas mãos de flor

você usou
a minha energia
para florescer

e feito estrela morta
minha luz demorou de chegar

Queda Livre - XLV

O que sufoca mesmo
É a INTENSIDADE
Com que você acredita
Nas próprias

M
  E
   N
    T
     I
      R
       A
        S
   

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...