LXIV - Mergulho

Desse jeito que a gente não escolhe
As maneiras tortas por onde o carinho cresce
Por onde uma mão encontra a outra 
E o afago da boca na curva do pescoço 
Que não é beijo, é cheiro,
Se sente com os lábios entreabertos; 
Dessa forma que a gente nunca sabe 
Quais sementes vão brotar em flores
E quais flores vão servir de encanto 
Para amores que contemplam o mundo sorrindo;
A gente nunca, nunca mesmo entende 
Que nenhum silêncio cala os olhos que se encontram 
E admiram juntos as cores da chuva 
Os tons de verde que se desenham 
Na forma do mar agitado 
Nas ondas que sobem selvagens,
Na íris colorida e profunda 
Onde moram os segredos das águas;
Desse jeito que a gente não escolhe.

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...