LXXXIII

Se eu não sufoco tudo em mim 

que sente 

Tudo em mim que chora 

Tudo em mim que cai 


Se eu não silencio tudo em mim 

que grita 

Tudo em mim que pensa 

Tudo que questiona 


Eu afundo 

E eu tropeço 

Nos galhos de mim 

que insistem em brotar 


E eu sangro em pedaços de fruta

Que caem ao chão 

E alimentam bichos 

Por efêmeras semanas de outono 


Ou apodrecem 

E exalam um perfume doce 

E enjoativo 

Daquilo que não se deve provar 

LXXXII

Aponto 

o contraponto 

Do fato 


O tato 

me espreita

Silencioso e rústico 


Nato 


A sombra do ido 

Me atormenta 


o passo 

Alerta e preciso 

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...