Me pergunto quem eu era
E por onde andei enquanto fui.
Me convenço com pensamentos vagos
De que fui quem poderia ser
Me digo e repito e retorno
E teimo em dizer que minto.
Abraço estranhas sensações
Que volta e meia me assombram
Em uma esquina casual
Em um deslize sutil
Luto com desejos feios
Que eu mesma pinto
Eu mesma vejo
E eu mesma julgo.
Me cubro de todas as cores
Em arco-íris solitários
Que saltam aos olhos nos dias
Em que a chuva paira no céu cinzento
E me cubro de cinzas, em concreto gelado
Nos dias em que o sol se despe.