LXXXVI - Heinsenberg estava certo

Tudo que move é incerto demais 

Na velocidade inconstante

Da transmutação. 

O que vem de você me embala

Me assusta e me diverte 

Umedece todos os meus sentidos 

E me submerge 

Em um mergulho suave, intenso.

Tudo que vem de você se expande 

Na consciência do que não delimito

O não predito, o desconhecido 

O sonho tem toque, tem som e tem gesto 

Reais demais para imaginados 

E de repente acordo

Apartamentos e golpes de estado

São fumaça distante 

Que do alto mar vislumbro

LXXXV - Como Alejandra

Escrever como que em transe

Como se as palavras me escrevessem

Quase como se nada. 

Escrever como quem sangra

Em pontos exatos de um artifício 

Que luta 

Em linhas deliberadamente

abertas. 

Escrever como quem se afoga 

num lago raso.

Escrever como fossem duas 

Uma a caminho do nada 

Outra ao encontro de tudo. 

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...