Vem de um jeito avassalador
Arrebentando portas
Fechando janelas
Vem tão perto que não há refúgio
Não há canto ou aresta
Onde eu possa me esconder.
Os olhos não mentem
O riso frouxo
Disfarça as fagulhas que ardem
Atrás de uma face transtornada.
Posso escutar o ranger dos dentes
E das navalhas
Esperando para pingar de raiva e de sangue.
Vem de um jeito que não tem remédio
Se não o amargor no fundo da boca
O sono que entorpece
Mas os olhos não mentem
E amanhã, uma nova marca
Quando não pele,
Alma.