LXXXIII

Se eu não sufoco tudo em mim 

que sente 

Tudo em mim que chora 

Tudo em mim que cai 


Se eu não silencio tudo em mim 

que grita 

Tudo em mim que pensa 

Tudo que questiona 


Eu afundo 

E eu tropeço 

Nos galhos de mim 

que insistem em brotar 


E eu sangro em pedaços de fruta

Que caem ao chão 

E alimentam bichos 

Por efêmeras semanas de outono 


Ou apodrecem 

E exalam um perfume doce 

E enjoativo 

Daquilo que não se deve provar 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...