LXVII

Quando eu existo 
Em cada espaço
Sou mulher
E em primeiro lugar
Quero existir como sou
Sentir como sinto
Saber como sei.

Em pele e espírito
Ora sinto e ora sangro
Com as afiadas farpas
Da intolerância
Do asco que se disfarça
De piada

E resisto.

Como flor selvagem
Que não se curva
Às intempéries
Como relva bruta
Que insiste em florescer.

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XCXVIII

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