XCI - Sou

Me desfaço diante do espelho

Em pequenos e densos pedaços

Silencio a explosão

E logo muda, agora ensurdeço 


Não sei se não falo ou não ouço 

Não sei por que me fragmento

Não sei se já fui intocável

Não sei de mim, não sei 


Meu corpo se vê e não entende

Meus olhos se buscam e não acham

Meu pensamento vaga


Sou só espirais de desejo 

Sou inteira, mas desencontrada

Sou parte, sou tudo, sou nada. 

XC

Há olhos que dizem tudo 
Olhos sentidos, olhos vivazes
Há histórias contadas no mudo 
Através de efêmeros olhares

Há olhares que se identificam
Olhares que eternos, perduram
Olhares que a tudo explicam 
Na imensidão, olhos que se buscam 

Em mistério profundo
Eu sei, são teus os olhos que vejo
São teus os olhos que beijo

No espelho e nos olhares outros 
Sei que são teus, só teus

Os olhos que me dão o mundo.


XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...