XXXII

Anoiteço em teu sorriso
E o meu cansaço adormece
Na retórica do teu olhar
Ou em teu silêncio palpitante.

O teu cheiro me invade a alma,
Louco por me seduzir;
Mas tu não podes sequer tocar-me,
Pois és quase tudo o que sou,
E tudo também que me falta.

Ainda assim, embora triste, te procuro,
Para adormecer o mal que em mim reside,
E devolver a ti todas as lágrimas derramadas
Do alto destes teus mares onipresentes;

Procuro-te para aliviar o nada,
O tédio malquisto que assombra a minha vida.
E anoiteço em teu sorriso;
Assim, quando tu me deixares,
Poderei de novo amanhecer.

XCXV

A pergunta também pode ser: Quem seria, Ou quem teria sido? Se o tempo como um líquido denso Escorre por entre os meus dedos, A pergunta tam...