XXVIII

Visto que me queira,
Como um sonâmbulo a suspirar
O embalo das visões noturnas
E os olhos de cigana errante.

O soluço antes sensível,
Ferve agora de ingratidão
E o meu prazer infindo se afoga
Onde não existe perdão ou paz.

Estranha solidão me ocorre
Desesperada de satisfação
Quando no rastro negro da madrugada
O silêncio invade a minha loucura.

Talvez se nunca mais tentasse
Mudar assim vil e incoerente,
O mundo aflito então se calasse
Nunca admirada compreensão.

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