A
minha língua arde com sabores quentes
O meu cérebro pulsa, implora.
O silêncio me domina.
As moscas em
minha boca fingem querer fugir
Mas voltam atordoadas para esse
cemitério
De verdades não ditas e mentiras escancaradas.
Mergulho naquele lago,
Para acabar com a secura que me consome
Para umedecer os meus olhos
enrugados
E pálidos, que tanto se contorcem
Nessas noites quentes e intermináveis.
Meu cérebro ainda sonha com agulhas e machados,
Nessas noites quentes e intermináveis.
Meu cérebro ainda sonha com agulhas e machados,
Com fios de amor escarlate escorrendo
Entre os dedos, entre
os lábios,
Entre o sexo, profano e inefável.
A minha voz se cala ao som da monotonia
Entre o sexo, profano e inefável.
A minha voz se cala ao som da monotonia
Enquanto o vento uivando na janela
Chama o meu nome, venda os
meus olhos
E abraça o meu corpo inerte que cai.
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