XIV


Vens dançando feito concha aos meus pés
E os meus olhos secos desenham segredos
Neste teu corpo profano.
As tuas asas, feito pétalas desabrochadas,
E a tua sina, mal-me-quer.
Vens dançando, escondendo feito pranto o teu olhar,
Vens sorrindo aos meus pés para se encontrar.
Os teus passos, feito traços, limitam o meu caminho
E o teu riso nos meus sonhos, feito a vida
Ainda que triste, perdida
Vens dançando feito chama aos meu pés.
O teu fogo me devora, feito mentira sincera
Que engana a própria sorte e reverbera
Em todos os puros e lindos sentidos.
Vens dançando feito areia aos meus pés,
Confundindo os meus desejos e caindo,
Feito a morte podre e quente nos sorrindo
Vens dançando feito sombra aos meus pés.

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